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Psicanálise online em tempos de quarentena

Em tempos de pandemia observa – se a dificuldade da população para lidar com a quarentena. Em meio às redes, pessoas apresentam suas angústias com o confinamento e quebras de rotina ao longo dos dias. As consequência gerada pela pandemia vem sendo observadas, e uma dessas consequências são os adoecimentos psíquicos da população. Os transtornos mentais mais frequentes são depressão e ansiedade.

 A análise online em tempos de quarentena está sendo bastante eficaz durante o confinamento. Os psicanalistas apresentam um papel de suporte para o sujeito, orientando numa forma que contribui para a redução de seus sintomas durante esse período. Segundo Nobrega (2015), análise online manteve por um bom período de tempo entre psicanalista a favor e outros contra o processo online.

O processo de atendimento psicanalítico online ocorre de forma comunicativa assim como no presencial, porém o analista e o analisado não se encontram no mesmo espaço. O atendimento é realizado através de vídeo chamadas, o que diferencia do atendimento presencial, onde se dá o encontro de dois corpos no mesmo espaço e no mesmo tempo em que terá a presença do analisando e analista, com o trabalho de escuta e encontro de olhares. Mas no atendimento online também temos esse encontro de escuta e olhares, onde o sujeito estará falando e colocando seus sintomas em cena e o psicanalista seguirá escutando no processo de escuta flutuante e pontuando e fazendo o seu papel de espelho para o paciente.

Segundo Nobrega (2015), o paciente não terá aquele encontro no setting analítico aonde encontra um lugar aconchegante e confortável para falar e associar livremente. É importante frisar que o paciente deve estar em um ambiente aconchegante e silencioso, para que assim, ele possa estar livre para expor seus sintomas.

Segundo o autor supracitado “o processo essencial de livre associação, a
transferência, a compreensão sobre a maturação da pulsão, não precisam ficar comprometidos com o uso do telefone. A interpretação básica, o holding e a função de testemunha para o paciente pode ser sustentada pelo analista sem modificação.” ( apud SCHAFF 2013, P. 65).

Na análise online há transferência e resistência que são processos que acontecem durante o tratamento psicanalítico, esses processos ocorrem da mesma forma como no presencial. Podemos considerar também o objeto celular como um objeto transacional para o sujeito.

Segundo Nobrega (2015) “o celular/computador estando sempre perto do corpo de um jovem, atende todos os requisitos de um objeto transacional, pois permite a separação de um primeiro elemento simbólico: a família, mediante a introdução de um outro elemento: o celular.” ( apud WINOCUR , 2009 P.03).

Por meio da terapia online usada através desse objeto transacional (celular/ computador), criamos um espaço transacional e intersubjetivo aonde o paciente se sente livre para poder falar de suas angustias, assim expondo seus sintomas.

REFERENCIA:

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ep/n44/n44a16.pdf

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